O novo desafio das padarias

Agora o mercado de padarias tem uma nova preocupação, o bicho papão, um concorrente que compra operações saudáveis e devora as menores, os fundos de investimento internacionais.

Desde pequeno eu escuto que o Brasil é o país do futuro e agora parece que este velho discurso ufanista chegou aos ouvidos dos investidores internacionais, eles estão vindo ao nosso país e estão comprando diversos tipos de negócios, muitos inclusive na área de alimentação, bares, restaurantes e mais recentemente padarias.

As padarias, no modelo antigo de negócio, foram criadas no tempo em que se dizia “não têm como perder dinheiro com padaria”, hoje em dia a realidade é outra, pode-se perder tudo neste negócio, e muitas já estão fechando ou mudando de proprietários.

O mercado foi invadido pelos supermercados, lojas de conveniência e mini-mercados que viram na opção de competir com as padarias uma grande oportunidade de buscar novos consumidores e a grande maioria das padarias não se preparou para competir com estes modelos de negócio e hoje muitos consumidores compram pão e frios nos supermercados e não mais na padaria como fazíamos antigamente.

Agora é a hora de fortalecermos no que somos bons e aprendermos com nossos inimigos!

O atendimento das padarias sempre foi o grande diferencial, meus amigos que vêm dos Estados Unidos ficam muito impressionados com o atendimento nas nossas padarias, suas variedades e possibilidades.

Por outro lado grande parte das padarias precisa olhar para o visual merchandising, ou a forma como apresentamos nossos produtos, ofertas e serviços para o consumidor. Dos mercados precisamos trazer as compras de impulso, a gestão de mix de produtos, de espaço e a satisfação do consumidor.

Dos restaurantes e lanchonetes precisamos do moderno lay-out, o chapeiro de costas para os clientes com toda aquela fumaça e gordura cobrindo os clientes não tem mais lugar nas grandes cidades.

As embalagens, uniformes, projeto de serviço, enfim precisamos de um choque de gestão, mas o mais importante nós temos, o calor no atendimento, a informalidade que faz com que a padaria seja um comércio aconchegante onde as pessoas se sentem em casa.

O gesto simples de um atendente oferecer um pão de queijo que acabou de sair para as pessoas na fila (que acabam comprando um monte de pães de queijo) é que fez o sucesso da rede Starbucks. John Moore que foi responsável pelo marketing e escreveu o livro “Tribal Knowledge” descreve como uma das principais práticas de marketing da rede seu modelo de atendimento que bem de longe lembra as nossas padarias.

O negócio padaria tem uma riqueza de oportunidades e uma flexibilidade que permite que dentro de seu espaço convivam diversas estações ou mini operações distintas, como uma panificadora, uma lanchonete, um restaurante e uma loja de conveniência, e é esta liberalidade aliada ao grande fluxo de clientes que atraiu a atenção dos fundos de investimento.

E as operações que não têm a mesma capacidade de investimento dos fundos? Se elas conhecem seus consumidores pode se modificar e criar outros valores, agora temos as boulangeries que são padarias artesanais sofisticadas, ou temos as que parecem centros gastronômicos ou até ancoras de shopping centers, a diversificação para atender às necessidades dos clientes são o caminho a ser trilhado.

 

 

 

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