Treinamento & Atitude

Como consultor viajo e visito diversas empresas em todos os cantos do nosso país, e cada vez mais vejo que precisamos trabalhar melhor, nos tornarmos mais eficientes e assertivos para podermos nos tornar mais competitivos.

Ao comentar com as pessoas esta nossa realidade, todos concordam de imediato, mas o que a grande maioria sempre foca é no chamado funcionário de chão de fábrica, nos profissionais que realizam o trabalho mais operacional e ignoram que nossas primeiras e médias gerências também precisam de treinamento.

Por exemplo, na área comercial normalmente o que encontramos são vendedores que foram promovidos a supervisores e gerentes, e que realmente acreditam que o que se espera deles nestes novos postos é que sejam vendedores que preenchem alguns relatórios e com outros trabalhos burocráticos.

Mas quando questionamos estes profissionais sobre controles, acompanhamentos e treinamentos, a grande maioria fala que têm o controle da equipe toda na memória e faz estes trabalhos individuais quando percebem alguma deficiência em algum membro da equipe.

Na área comercial, o que realmente acontece é que vendedores não gostam de rotina, nem de burocracias e sua autoconfiança beira a arrogância, assim quando são promovidos a supervisores não podem mostrar fraqueza a seus antigos pares, o que lhes impede de perguntarem a seus chefes quais serão suas novas atribuições e o que se espera deles.

Como grande parte dos gerentes também tem a mesma atitude e foram promovidos do posto de supervisor da mesma forma, também não sabem como cobrar seus supervisores e seu relacionamento com diretores e proprietários segue da mesma forma.

O dono de uma empresa contrata um diretor para resolver os problemas da sua empresa e não pergunta se ele foi treinado, pois normalmente acredita que este profissional cresceu por seus méritos e resultados aprendendo as diferentes funções de sua carreira, mas isso nem sempre é verdade.

E isso parece um circulo vicioso, mas grande parte desta culpa pode ser creditada ao fato de que grande parte das empresas não acreditam, nem investem em treinamento e procuram no mercado profissionais “prontos” que já receberam treinamento em outras empresas que podem “gastar”dinheiro em treinamentos.

Desta forma o mercado para empresas de consultoria acaba crescendo diariamente por conta desta política que pode ser constatada na grande maioria das empresas. Em uma ocasião já presenciei um proprietário que reclamava do desempenho de uma funcionária, de seu trabalho, da forma como as situações eram conduzidas e como a crise entre eles estava acintosa fui conversar com a tal funcionária. Qual não foi minha surpresa ao constatar que ela havia assumido um departamento onde havia trabalhado como assistente por 6 meses e com a saída da gerente ela recebeu as responsabilidades da gerência, sem os benefícios nem a preparação adequada para tanto.

E a concorrência no mercado de trabalho incentiva cada vez mais esta prática pelas empresas, pois os colaboradores acabam investindo em seu crescimento profissional com cursos, workshops e seminários e as empresas acabam acostumando com a idéia que o próprio funcionário deve investir no seu crescimento.

Mas o treinamento e o desenvolvimento dos colaboradores deveriam ser proporcionados pelas empresas, que me muitos casos alegam não investem em treinamento com medo de que um concorrente venha “roubar” este talento lapidado oferecendo um salário maior. Por que então eles não oferecem um aumento a este profissional que já estão investindo no seu treinamento.

O que estas empresas não enxergam é que com funcionários melhores as chances de crescimento da empresa são maiores e as despesas podem ser reduzidas com mais qualidade e menos retrabalho.

Mas não adianta apenas que a empresa faça investimentos no desenvolvimento dos seus profissionais, também existe o problema da atitude dos profissionais e este é outro grande problema que enfrentamos no nosso país. A grande maioria dos colaboradores não tem engajamento nem comprometimento com seu trabalho.

Prova disto é que a grande maioria dos registros no Orkut é de brasileiros e a utilização do MSN pelos brasileiros também é desproporcional em relação à quantidade de computadores nos lares.

Outra reclamação grande por parte dos colaboradores é que seus gestores não sabem motivar suas equipes, mas além da parte da motivação que é responsabilidade da empresa, e a atitude pessoal? O que realmente eu vejo são colaboradores que passam suas vidas em empresas procurando por atalhos e formas de ficarem cada vez mais livres sem responsabilidade com tempo para arrumarem desculpas e se queixarem.

A solução para isso que reflete diretamente nos custos das empresas e na nossa vida diária é que as empresas passem a investir em gestão de pessoas e retenção de talentos com inteligência, cuidando do desenvolvimento dos seus colaboradores e selecionando colaboradores com uma atitude melhor. Já por parte dos colaboradores precisamos que haja uma grande mudança em sua atitude, pois mesmo quando em treinamento eles não aproveitam as oportunidades.

 

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